segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Capelas Interioranas do Município de Cotiporã

CAPELA NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES
LINHA 14 DE JULHO

A capela Nossa Senhora dos Navegantes está situada aos pés do Morro do Céu, também chamado de Morro dos Baianos.
Os imigrantes chegaram aos lotes rurais da Linha 14 de Julho no ano de 1982, mas temos data registrada somente no longínquo de 1907.
Desconhece-se a chegada dos “baianos”, pessoas de cor e de origem afro-brasileira que ocuparam o alto do Morro do Céu, estes que eram remanescentes da Guerra do Paraguai.
As primeiras famílias que estabeleceram foram: César Lazzarini, Francisco Celegari, Ermínio Fiorin, Fioravante Storti, Giuseppe Mozzo e outros.
Como as terras eram muito acidentadas, muitos morros, e declividade acentuada, inicialmente cultivaram agricultura de subsistência, cereais, legumes e a natureza era bastante pródiga: caça e principalmente peixes do rio das Antas.
Em 09 de junho 1927 o bispo D. João Becker concedeu licença ao Pe. Vigário de Monte Vêneto, na época, Pe. Davi Angeli, para construir um oratório (capela) em honra a Nossa Senhora dos Navegantes e cemitério, localizava-se às margens do Rio das Antas, lado norte.
Foi na década de 50, que as famílias iniciaram com o plantio de parreiras e ocorreu na estreita planície que circula topo do altiplano e o vale por onde serpenteavam as velozes águas do majestoso rio das Antas. As famílias descobriram que as parreiras se adaptavam muito bem com alta produtividade, bem como amadurecimento precoce em relação a outras regiões. Mais tarde, análises do solo resultaram em alto teor de potássio e fósforo em sua composição e aliados a um micro clima com mais calor e isento de geadas tardias tornaram a região de Cotiporã ideal para a produção vinífera, tanto de uvas europeias, americanas bem como híbridas e de mesa.
Em 1961, foi construída pequena escola de madeira, medindo 56 m2 e em 1962 a atual igreja. A escola de madeira recebe novo prédio de alvenaria no ano de 1985 tendo duas salas de aula, cozinha, secretaria, dois banheiros e área de serviço. No ano de 1987 foi a Escola Municipal que mais alunos educava, funcionando em dois turnos.
Igreja da Capela Nossa Senhora dos Navegantes
Salão da Capela Nossa Senhora dos Navegantes
Integrantes do grupo em frente à Igreja

CAPELA NOSSA SENHORA DE MONTE BÉRICO
LINHA 14 DE JULHO

Por volta de 1887, chegaram os imigrantes de Vicenza, Itália, estes se instalaram na Linha 14 de Julho às margens do Rio das Antas, trazendo a devoção e a lembrança de Nossa Senhora de Monte Bérico, foi trazida pelas famílias Zanin, Colussi, Beloni, Mesacazza, Perin, Pasquali e Pelizzari, como proteção.
Por volta de 1903, estas famílias construíram uma pequena igreja de madeira, que existe até hoje. Foi reformada e é bem conservada. O conjunto igreja/campanário é uma das mais belas construções arquitetônicas históricas dos imigrantes italianos.   
As festas da padroeira, bailes e encontros dos fins de semana eram realizados no pequeno salão de madeira. O terço comunitário e a catequese dos filhos eram feitos na igreja. Havia também os jogos de cartas, briscola, tressete, quatrilho e jogos de bocha. Somente no século XX o salão da comunidade foi ampliado.
No início a educação era precária, muitas vezes se reuniam os jovens numa casa de família e pagavam alguém que sabia ler e escrever para passarem o ensinamento aos seus filhos. Outros buscavam alfabetização no outro lado do rio, na Escola Colussi, Alcântara Baixa, Faria Lemos. Somente em 1961 que a comunidade de Monte Bérico conquista um centro educacional, a Escola Municipal Marcos Gaspar de Souza, prédio de madeira, esta que serviu a duas comunidades a de Monte Bérico e a de São Pedro até 1986. E em 1985, foi construído um moderno prédio de alvenaria, teve suas atividades encerradas em 10 de janeiro de 2001, após os alunos foram estudar na escola Morro do Céu e posteriormente na cidade de Cotiporã.
Apesar da topografia acidentada para as práticas agrícolas, as terras férteis compensam a alta produtividade de parreiras e frutas.
Atualmente a comunidade de Nossa Senhora de Monte Bérico desfruta de invejável visão das corredeiras e por ocasião das chuvas o movimento assustador das águas do Rio das Antas. O barulho e o apito do trem cargueiro com dezenas de vagões, durante o dia ou à noite, despertam a atenção dos moradores. Um improvisado belvedere, em frente ao cemitério comunitário, onde se enxerga a instalação do Complexo Energético 14 de Julho da CERAN.

Igreja da Capela Nossa Senhora de Monte Bérico
Salão da Capela Nossa Senhora de Monte Bérico
Integrantes do grupo em frente à Igreja

CAPELA SÃO PEDRO
LINHA 14 DE JULHO

A capela São Pedro está situada às margens do Rio das Antas, na Linha 14 de Julho, foi se formando quando os moradores mais distantes do lado leste da capela Nossa Senhora de Monte Bérico, decidem construir outra comunidade, uma igrejinha mais próxima das famílias.
Situada às margens do rio das Antas, Linha 14 de julho, a partir do lote rural n° 20, onde as águas do rio quase se encontram, visualizando geometricamente uma ferradura e indo até o lote 27 da mesma linha.
A igreja construída de madeira localizava-se onde hoje está à casa de Remo de Villa em lote rural e quem doou o terreno foi Vicenzo de Villa. Mais tarde transferiram o local desconhecendo-se o seu dono, com aproveitamento da madeira da primeira igrejinha, construindo a segunda igreja, medindo aproximadamente 30m² (6m x 5m) e situou-se próxima, onde está o atual, não muito longe da primeira, já construída de alvenaria, no ano de 1970. O salão, mais amplo, com churrasqueira e cozinha foi concluído na década de 90. Rente ao salão comunitário, os 10 sócios da comunidade de São Pedro mantém conservada cancha de Bocha.
Por muitos anos, no entanto, os sócios da nova capela, continuaram a pertencer ao cemitério comunitário de Monte Bérico e também ao cemitério comunitário da Capela N.S. dos Navegantes, no outro lado do rio, pertencente à Paróquia de Faria Lemos. Foi somente por volta de 1960 que foi construído o próprio cemitério, próximo à igreja, em frente à mesma, separada pela estrada que servia a comunidade.
Uma questão vital para alguns imigrantes era como encaminhar os filhos no mundo das letras, dos números, conhecimentos mínimos a fim de melhor relacionar-se socialmente. Os imigrantes possuíam este senso intelectual, pois muitos vinham alfabetizados e repetiam para os filhos; “Bisonha far-se furbi e studiare”. Como o trabalho no meio rural era muito, o pai de família escalava quem ia para escola e quem ficava para a jornada de trabalho. As meninas muitas vezes lhe eram negado este direito sagrado de aprender, diziam “Le tose non bisonha de estudio”.
O prédio escolar municipal foi alugado ou cedido a CERAN, tornando-se ao mesmo tempo este local privilegiado para apreciar a barragem e instalação do centro administrativo da CERAN, da construção da Hidrelétrica 14 de julho.
Cabe registrar, que até 1980, a travessia do Rio das Antas era feito através de balsa e o Passo de Cotiporã localizava-se no lote n°
 20 não onde hoje fomos construídas ponte/calha. A Comunidade de São Pedro, com a instalação da Hidrelétrica 14 de Julho, tem uma oportunidade para expandir-se.
As belezas naturais, vale da Ferradura, se bem que maculado pela barragem; Morro do Céu ou dos Baianos, aliado a alta produtividade da fruticultura: videiras, cítricos e outras culturas de clima temperado propiciam novos empreendimentos hoteleiros, agroindustriais e turísticos. Basta saber aproveitar as oportunidades, como os primeiros imigrantes ali o fizeram, sob condições bem mais adversas.
Igreja da Capela São Pedro
Salão da Capela São Pedro
Integrantes do grupo em frente à Igreja

CAPELA DE são CASEMIRO
LINHA 14 DE JULHO

A partir dos primeiros assentamentos, os poloneses ergueram modesta e pequena capela em homenagem a São Casemiro.
 É citado o ano de 1897, como o ano da fundação da capela de São Casemiro, logo também tiveram necessidade do cemitério, a escola comunitária viria mais tarde, primeira década de 1900 e a capelinha assemelhava-se a uma pequena casinha de tábuas, no seu interior sobressaía-se a figura de São Casemiro, emoldurada em um quadro.
         Vários fatores dificultavam a plena integração dos imigrantes poloneses estabelecidos em Cotiporã, o fator principal era o elo da comunicação, além do fator língua, os imigrantes poloneses enfrentaram também a topografia acidentada de suas terras, isto retardou um pouco seu desenvolvimento econômico nas primeiras décadas do século XX.
         A Capela centenária, ao longo dos anos foi se constituindo com referência dos polacos de Cotiporã. A terra de produção era de excelentes frutas cítricas, melões, mamões e também uma crescente produção de uva.
       Hoje a capela de São Casemiro é o marco da colonização polonesa no município de Cotiporã, destaca-se por preservar a cultura polonesa como a língua, com curso de polonês a todos que realmente buscam aculturar-se.    

Igreja da Capela São Casemiro
Salão da Capela de São Casemiro
Integrantes do grupo em frente à Igreja

CAPELA SÃO JUDAS TADEU
LINHA 14 DE JULHO

A capela São Judas Tadeu situa-se no extremo sul do município de Cotiporã entre os vales do Rio Carreiro e do Rio das Antas, no encontro das águas destes rios, iniciando assim a denominação do Rio Taquari.
Por volta de 1887-1890, se estabeleceram nas Linhas Marechal Floriano Peixoto, Álvaro Chaves e no início da Linha 14 de Julho as famílias de imigrantes italianos, poloneses, e algumas de origem luso-brasileira. Estas famílias desbravaram as matas e sobreviveram graças à agricultura de sobrevivência (trigo, milho, feijão, legumes), e também da caça e da pesca.
Até a década de 1940, a comunidade de São Judas Tadeu tinha vida social, religiosa, educacional e comercial ligada ao povoado de Santa Bárbara, situado no outro lado da barra dos rios, pertencia ao município de Guaporé, hoje São Valentim do Sul. A passagem sobre o Rio Carreiro era feita por barcos (caícos). A passagem fluvial sobre o Carreiro quase sempre era possível, pois quando o Taquari/Antas subia (enchente) represava as águas do Carreiro, tornando o rio manso. O contrário ocorria quando o Taquari/Antas baixava as águas, então o Carreiro tornava-se um rio de grande corredeira, como seu nome já diz, sendo quase impossível atravessá-lo.
A alfabetização de alguns filhos dos imigrantes foi feita do outro lado do rio, na escola de Santa Bárbara e na escola da Comunidade dos Colussi.   
Em 16 de junho de 1951, a comunidade de São Judas vê surgir a pequena escola de 20m², regularizada através do Decreto Municipal 12 de 28 de dezembro de 1977, com o nome de Escola Alfredo Lima, que localizava-se na entrada de acesso do porto público de São Judas.
Somente na década de 50 foi construída a primeira igrejinha, de alvenaria. Antes desta tinha apenas um pequeno capitel, onde o mesmo era dedicado a Nossa Senhora das Graças. O Senhor Isaias Viccari, cumprindo uma promessa, doou o terreno e comprou a imagem de São Judas.
A comunidade de São Judas Tadeu, pertence ao território de Cotiporã, mas continua desde que criada fazendo parte da Paróquia de Santa Bárbara.
Na década de 60, no Governo de Leonel Brizola, São Judas é contemplado com uma escola de madeira, conhecidas como “brisoletas”. Brizola, grande visionário, espalhou milhares dessas escolas por todo o Rio Grande do Sul.
Durante décadas a escola Alfredo Lima e a pequena Igreja serviram a comunidade. Em várias oportunidades o ano letivo contava com mais de trinta alunos. A escola atendia alunos de 1ª a 4ª séries. Quem desejasse concluir até a 8º série, deslocava-se ao centro maior, Santa Bárbara, e ou buscava oportunidades de estudo e trabalho em Bento Gonçalves.
Igreja da Capela São Judas Tadeu

Fonte: livro ainda não publicado, “Cotiporã e sua história”, de autoria do Professor Ambrósio Giacomini e Dalmo Scussel.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Capelas Interioranas do Município de Cotiporã

CAPELA SÃO ROQUE
LINHA RIO GRANDE DO SUL

Os primeiros imigrantes italianos chegaram aos lotes da capela São Roque em 1888, eram 36 famílias. Quando chegaram abriram uma clareira no meio da mata virgem, construiram um pequeno rancho e procuraram sobreviver daquilo que a natureza lhe oferecia como frutas nativas, caça, pinhão, etc. Após vencer as primeiras dificuldades, com o conhecimento arquitetônico trazido da Itália, os imigrantes constroem porões de pedra e em cima destes uma casa ampla, sempre separando a cozinha do restante do casario, isto para evitar a destruição total caso ocorresse incêndio provocado pelo fogo mantido no lampião ou fogão junto à cozinha.
Logo também, por volta de 1896, foi construída a capela, esta dedicada a São Brás. E por causa da distância, algumas famílias decidiram construir outro oratório, esta dedicada a São Luís. As imagens tanto de São Brás quanto a de São Luís vieram da Itália. Mais tarde os moradores resolveram então concentrar-se todos juntos na igreja de São Brás, assim a igreja de São Luís foi desmanchada e a imagem do mesmo levada em procissão até a capela de São Brás. Assim a capela de São Brás permanece de pé até por volta de 1962, quando construíram a igreja atual. 
A benção da nova igreja aconteceu com missa e festa celebrada pelo Pe. Olívio Bertuol, pároco da época.
Na paróquia já havia outra capela cujo padroeiro era São Brás, esta se localizava na Linha Júlio de Castilhos, e por sugestão do vigário Pe. Fábio Piazza, a comunidade de São Brás, Linha Rio Grande do Sul, de comum acordo resolvem trocar de padroeiro. A partir de 16 de agosto de 1970, a antiga São Brás passa a ser chamada de Capela São Roque. O sino que convida as famílias para as missas, reza do terço, festas, foi trazido da Itália por volta de 1896. 
O pequeno salão da comunidade era de madeira, somente em 1971, a comunidade constrói um salão de alvenaria ampliado.
A preocupação com a educação dos filhos, fez com que os imigrantes encaminhassem os mesmos até a sede do distrito, Monte Vêneto, ou desloca-los até a comunidade vizinha, Capela Nossa Senhora do Rosário, onde já existia uma pequena escola. Oficialmente a primeira escola da comunidade foi criada em 1º de março de 1925, recebendo o nome de Escola Municipal João de Souza. Em 1970, foi construída uma nova escola, que em 02 de janeiro de 1973, conforme o decreto municipal nº 770 passou-se a denominar Escola Municipal Affonso Gallina e daquela época em diante a escola iniciou e reiniciou suas atividades conforme houvesse clientela. Atualmente a escola está fechada.
Tiveram muitos fatos marcantes das pessoas que se estabeleceram na Linha Rio Grande do Sul, capela São Roque, entre eles se destacam o empreendedorismo, e o desenvolvimento da pecuária leiteira. Junto a estas famílias surgiu também um dos primeiros moinhos e foi instalado um dos primeiros alambiques de Monte Vêneto.    
Igreja da Capela São Roque
Salão da Capela São Roque
Integrantes do grupo em frente à Igreja

CAPELA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
LINHA ALMIRANTE TAMANDARÉ

A capela Nossa senhora do Rosário, Linha Almirante Tamandaré, surgiu por volta do ano de 1917, quando moradores do topo dos vales do rio carreiro e do rio das antas resolveram estabelecer, com apoio do Pe. Eugênio Medicheschi, uma nova Capela.  
No lote rural de n° 14 da Linha Marechal Floriano Peixoto foi construída a primeira capela de madeira, onde se localiza hoje o salão de festas da comunidade.
Por volta do ano de 1936, a escola Tamandaré funcionava em casa particular e atendia jovens da própria capela, de São Marcos, Linha Tamandaré, antigo São Brás, hoje São Roque da Linha Rio Grande do Sul.
Em 14 de abril de 1940 é inaugurada a Igreja de alvenaria (localizada atualmente a esquerda do salão comunitário) com a benção do Pe. Aneto Bogni, vigário da paróquia. Alguns sócios da comunidade contribuíram com a mão-de-obra e certo valor em dinheiro para a construção da igreja. A areia foi retirada das margens do rio das Antas, e trazida com os burros até a construção.
Para atender as necessidades das famílias, uma nova e moderna, bela e ampla igreja é idealizada, onde suas obras iniciaram do dia 26 de março de 2000. Esta foi inaugurada no dia 25 de março de 2007 com a presença e benção do Bispo D. Paulo Moretto e do recém vigário Pe. Adelar Adolfo Zanette, além de autoridades como Prefeito Municipal, Vice-Prefeito, Secretários Municipais, Vereadores, acompanhados de inúmeros visitantes que prestigiaram mais esta conquista da comunidade Nossa Senhora do Rosário.
Igreja da Capela Nossa Senhora do Rosário
Igreja da Capela Nossa Senhora do Rosário
Salão da Capela Nossa Senhora do Rosário

CAPELA SÃO MARCOS
LINHA ALMIRANTE TAMANDARÉ

A comunidade de São Marcos surgiu por volta dos anos de 1888 e 1889, quando nos vales do Rio Carreiro se estabeleceram os imigrantes italianos, vindos da comuna Ponte d’ Piave e Província de Treviso.
Por volta de 1893 construíram a pequena igreja de madeira e ao lado o pequeno cemitério.
         Na segunda metade do século XX, os moradores da Linha Álvaro Chaves passaram a construir nova comunidade-igreja, a capela Nossa Senhora do Rosário. Com a divisão em duas capelas, igrejas, São Marcos ficou reduzida a poucas famílias.
         As famílias continuaram realizando suas festas do padroeiro na pequena igrejinha, e no pequeno salão reúnem-se apreciadores do jogo da bocha, saboreavam o brodo e pinhões sapecados na chapa.
Na década de 30, no vale do Rio Carreiro os filós de São Marcos, a luz de “ciaretti” e lampiões eram muito concorridos.
Em 01 de março de 1964, foi fundada a Escola Municipal de 1º Grau Incompleto Carlos Gomes, tendo suas atividades no próprio salão da comunidade e durante uma década alfabetiza os jovens da comunidade. Em 06 de setembro de 1973, a escola fecha por falta de clientela.  
Em 1990, sentem a necessidade da construção de um novo salão e de usufruir da energia elétrica para suas residências.
Atualmente, os poucos sócios dão vida a comunidade, onde recebem colaboração dos antigos moradores e da comunidade vizinha Nossa Senhora do Rosário para a tradicional festa de São Marcos, que acontece sempre no fim do mês de abril. 


Integrantes do grupo em frente à Igreja da Capela São Marcos
Salão da Capela São Marcos
Fonte: livro ainda não publicado, “Cotiporã e sua história”, de autoria do Professor Ambrósio Giacomini e Dalmo Scussel.

Capelas Interioranas do Município de Cotiporã

NOSSA SENHORA DE PEDANCINO
LINHA CONSELHEIRO REBOUÇAS

A origem desta capela remonta aos anos de 1890-1891, quando imigrantes italianos vindos principalmente de Feltre, Fonzaso, Fastro, província de Belluno e de Enego, Vicenza e outras províncias da região do Vêneto, povoaram os lotes da Linha Conselheiro Rebouças.
A fé católica levou os primeiros moradores das Colônias a construírem a primeira igrejinha e desde a formação da capela sempre foi dedicada a Nossa Senhora do Pedancino. Pelo ano de 1917, erguem uma igreja de madeira bem mais moderna que a primeira. Uma imagem de Nossa Senhora do Pedancino, é adquirida, vinda de São Paulo. A mesma foi reformada na década de 60. A atual igreja do Pedancino, já de alvenaria, foi construída em 1981, com a colaboração de todos os sócios.
A construção de um salão de material de alvenaria amplo foi mais tarde melhorado. O cemitério teve início na década de 1900.
A Comunidade de Nossa Senhora do Pedancino, sempre foi muito numerosa, tendo uma agricultura forte, principalmente no cultivo do tungue, erva-mate e criação de gado. Na última década houve um declínio, pois muitas famílias, seguindo o fenômeno atual, se deslocaram do meio rural para o urbano, principalmente de Veranópolis.

Igreja da Capela Nossa Senhora do Pedancino
Salão da Capela Nossa Senhora do Pedancino
Integrantes do grupo em frente à Igreja
CAPELA NOSSA SENHORA DO CARAVÁGGIO
LINHA BRASIL

A capela de N. Senhora do Caravággio é a mais próxima da sede do município de Cotiporã e foi surgindo a partir da ocupação dos lotes rurais de n° 20 a 22 da Linha Brasil da Colônia Alfredo Chaves, nos anos de 1887.
Antes de escolher o atual local da Capela de Caravággio, os moradores fizeram a tentativa de estabelecer-se em lote rural na época pertencente à Constansso De Marco. Como o solo era impróprio para o cemitério, a um metro de profundidade encontraram uma extensa laje de pedra (lajão), resolvendo então construir o cemitério, igreja e salão onde se encontra hoje. A pequena igrejinha de madeira deu lugar à atual igreja de alvenaria. Por situar-se próximo a Cotiporã (sede) a capela N.S. do Caravággio apresenta grande potencial agrícola e turístico, festa de N.Srª. do Caravággio, casa antiga (a recuperar) de Armando de Marco e o futuro Centro-Hotel da Associação Cultural Paludo, certamente com tudo isto a comunidade experimentará no futuro grande desenvolvimento turístico, cultural e agro-industrial.


Igreja da Capela Nossa Senhora do Caravággio
Salão da Igreja da Capela Nossa Senhora do Caravággio
CAPELA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
LINHA BRASIL

O histórico da Capela Nossa Senhora de Fátima, está certamente ligado à história da capela de N.S. do Caravággio pela sua proximidade e localização.
A Comunidade da Fátima (Zona Rio Carreiro) iniciou seu processo de formação comunitária em 1º de março de 1953, quando os moradores do vale do Carreiro a oeste de Cotiporã, cansados de transportar a instituição/escola de um lugar para outro, ora no Caravággio, em cima do morro, ora no Carreiro, no vale do mesmo, obtêm a licença para estabelecer sua própria escola. Assim divididos, cada localidade tem a partir de então sua própria escola. Este fato amadurece também a ideia de ter a sua própria Capela.
A capela Nossa Senhora de Fátima nunca possuiu cemitério. Utilizam o cemitério que formaram junto, nos primeiros tempos, da Capela de Nossa Senhora do Caravággio ou mesmo o cemitério Público Municipal.

Igreja da Capela Nossa Senhora de Fátima
Salão da Capela Nossa Senhora de Fátima 
Integrantes do grupo em frente à Igreja

CAPELA NOSSA SENHORA AUXILIADORA
LINHA BRASIL

A comunidade de Nossa Senhora Auxiliadora, também conhecida por Santa Lúcia, iniciou sua história por volta de 1888-1890, quando se estabeleceram imigrantes italianos nos lotes rurais de n° 1 a 20 aproximadamente, da Linha Brasil. A pequena igreja de madeira acolhe Nossa Senhora Auxiliadora como padroeira. A pequena madona estátua foi buscada pelos imigrantes a pé em Bento Gonçalves, na época Dona Isabel por Vicenzo De Gasperin e Giusepe Tres.
A atual capela foi construída no ano 1946 por ocasião da inauguração (02 de setembro). A imagem de Santa Lúcia foi doada e é a protetora dos olhos. O estilo, a arquitetura, os quadros da Via Sacra antiga no interior da pequena igreja, causam admiração a todos que visitam este templo de orações. A via sacra antiga é muito bonita e foi doada pela igreja matriz de Cotiporã, já que esta recebera uma nova. O que prevalece é a união da comunidade.
Hoje se descortina belo vale do Rio das Antas no lado leste e abriga extensos parreirais bem como grandes plantações de cítricos, pêssegos e ameixas. A comunidade e o local tem grande potencial turístico também pela beleza de sua igreja e a farta gastronomia.
Integrantes do grupo em frente à Igreja da Capela Nossa Senhora Auxiliadora
Salão da Capela Nossa Senhora Auxiliadora

 CAPELA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
LINHA BRASIL

A Comunidade do Sagrado Coração de Jesus iniciou sua história como capela/comunidade, diferentemente de muitas outras capelas que tiveram início com a chegada dos primeiros imigrantes que se estabeleceram ao longo das linhas (travessões) da Colônia de Alfredo Chaves. Durante anos a prática fez aumentar os fiéis e também a ideia da construção de uma igreja. A comunidade de Sagrado Coração de Jesus em 1971 constrói o salão de festas e um pequeno quiosque de madeira e palha que em dias de festas servia como local de venda dos doces e sobremesas, original, único na Paróquia de Cotiporã é era atração turística da localidade.
Hoje a comunidade dedica-se ao cultivo da citricultura e viticultura; com grandes possibilidades turísticas, esperando-se que realmente a comunidade do Leão, como é conhecida, possa alcançar este objetivo.


Igreja da Capela Sagrado Coração de Jesus
Salão da Capela Sagrado Coração de Jesus
Integrantes do grupo em frente à Igreja 
Fonte: livro ainda não publicado, “Cotiporã e sua história”, de autoria do Professor Ambrósio Giacomini e Dalmo Scussel.

Capelas Interioranas do Município de Cotiporã

CAPELA SÃO BRÁS
LINHA JÚLIO DE CASTILHOS

A origem da comunidade dá-se ao ano de 1885.
As primeiras famílias eram originárias principalmente das províncias italianas de Belluno, Vicenza, Treviso e outras da grande região do Vêneto.
A primeira igrejinha foi construída em 1887, na Linha Júlio de Castilhos. O primeiro templo de orações constituía-se de uma pequena e tosca casa de madeira dedicada a Santo Antônio.
Logo após os moradores imigrantes iniciam a construção de sua própria igreja, dedicada a São Brás, mais tarde, com doações de terras, os moradores tiveram autorização religiosa e pública para iniciar seu próprio cemitério.
Próxima à igreja e ao cemitério os moradores já demonstraram união e organização. Construíram uma escola, a qual um ano antes, já existia num galpão emprestado.
 Em 1937, nas proximidades onde hoje funciona o poço artesiano que abastece a comunidade de São Brás, iniciou-se a primeira Cantina de Vinho de Cotiporã, junto à mesma funcionava moderno alambique de cachaça e graspa. Eram vinte os sócios da cantina, quase todos moradores da Capela São Brás. A mesma funcionou até 1943, quando alguns fiscais do vinho convenceram os industrialistas pioneiros a largarem o vinho rio a baixo. Testemunhas do fato contam que quando viram aquilo choraram, outras se debruçaram sobre o mesmo para beber o precioso líquido.
Em 1968 é inaugurado amplo salão de festas, de um só piso e serve a comunidade até hoje. Durante anos foi salão de festas, escola e até igreja.


Integrantes do grupo em frente à Igreja de São Brás
Salão da Capela São Brás

CAPELA DE SÃO JOÃO
LINHA JÚLIO DE CASTILHOS

As primeiras famílias chegaram em 1887 e 1888. Os imigrantes eram originários principalmente das províncias italianas de Vicenza e Treviso.
A primeira manifestação de fé teria surgido junto a um quadro de São João Batista trazido da Itália e pendurado junto a uma árvore, onde algumas famílias rezavam o terço junto ao mesmo.
Em 1900, os imigrantes constroem um capitel, espécie de igrejinha de madeira, e em cima de uma mesinha, colocaram o quadro de São João. Em 1916, foi construída e inaugurada a igreja propriamente dita, sendo de madeira, porém mais espaçosa e com janelas de vidro.
O cemitério comunitário teve licença eclesiástica pública para funcionar a partir de 1902.
Não se sabe o certo, mas a primeira escola próxima à igreja, teria sido uma casinha feita de torras de madeira e coberta de galhos de árvores e somente em 1916 foi construída sala de aula mais moderna. Neste ano, segundo testemunhas, o número de alunos passava dos trinta.
Hoje, não são muitas famílias que continuam residindo e se dedicam à agricultura e pecuária.


Integrantes do grupo em frente à Igreja se São João
Antiga Escola e Salão da Capela São João

CAPELA SANTO ANTôNIO (zona moro)
LINHA JÚLIO DE CASTILHOS

Localizada no lote 116 da Linha Júlio de Oliveira. O Nome Santo Antônio do Moro, foi criado por um dos primeiros párocos de Fagundes Varela para distingui-la de outras capelas devotas a este santo existentes na Paróquia Santo Antônio Abade e como próximo à capela morava a família Moro, ficou o nome.
Não existem muitos registros sobre sua criação, mas deduz-se que Santo Antônio do Moro, sempre pertencia religiosamente falando, à Paróquia de Santo Antônio Abade de Fagundes Varela.
As primeiras famílias foram Gabrielli, Rebelatto, Moro e Bussolaro.
Nos primeiros tempos de colonização a localidade tornou-se passagem obrigatória de quase todos os moradores das capelas de Monte Orca, pois procuravam o moinho do Petucso (família Carlesso) único da região. A estrada passava pela propriedade de Francisco Gabrielli e iniciava a descida muito íngreme até o Vicente Rosa que era ultrapassado por ponte. Além do moinho, frequentavam o “Bodegon” de Antonio Gabrielli, (Toni Bomba). A bodega era ao mesmo tempo armazém, mas principalmente “pousada” para os carreteiros que transportavam produtos suínos, banha e outros produtos de Nova Bassano, Vista Alegre e Fagundes Varela que se dirigiam a Bento Gonçalves pela estrada geral Fagundes Varela - Cotiporã, como se tem hoje. A casa dos Gabrielli aos domingos à tarde, oferecia as domingueiras, baile de final de tarde, com música de gaita de boca.
Integrantes do grupo com o professor e historiador Ambrósio Giacomini em frente à Igreja da Capela de Santo Antônio do Moro

Salão da Capela de Santo Antônio do Moro

Capela Nossa Senhora de Monte BÉrico
LINHA JuLIO DE CASTILHOS

Em 1892 a sociedade de Monte Bérico construiu já nos primeiros anos da imigração, uma pequena capela de madeira dedicada a N.S. de Monte Bérico, localizada na Linha Júlio de Castilhos, no lote rural ou colônia nº 137.
A Madona, estátua de N.S. de Monte Bérico é constituída somente de tronco e cabeça (meia) e teria sido trazida de Monte Bérico, Vicenza-Itália, por Giovani (Nei) Fontana. De especial possuía corpo de ouro, mas esta foi roubada. É festejada no mês de agosto.
Em 1933, o Pe. Ângelo Mônaco, fez uma campanha para construir nova matriz.
Territorialmente fazendo parte do município de Cotiporã, desde a emancipação política, situa-se a Leste e a 20 Km de sede do município, limitando-se com Fagundes Varela ao norte, e tendo ao oeste o rio Carreiro limite geográfico com Dois Lajeados.
Monte Bérico destaca-se hoje na produção vitícola e cítrica, onde abrigava o belo Salto dos Conte ou Salto do Carreiro: formação basáltica das mais interessantes da região. Empregamos o verbo no passado, pois a construção da Hidrelétrica Linha Emília, praticamente destruiu o encanto desta beleza natural. O salto e rochedos com crateras formadas pela erosão praticamente desapareceram bem como o poço ou o conhecido “fundão”, lagoa formada após a queda d’água. A natureza cede lugar ao progresso. A pequena hidrelétrica, barragem e o vale propiciam uma visão grandiosa e peculiar deste recanto natural.
Outro potencial turístico de Monte Bérico é seu outro limite geográfico, conhecido como Arroio do Inferno, separa a comunidade com a Capela N.S. do Carmo. O Rio do Inferno corre velozmente, num vale de considerável profundidade, escondendo pela sua vegetação fechada, quedas e cascatas de água estrondosas, principalmente em épocas de enchentes.

CAPELA NOSSA SENHORA DO CARMO
LINHA JÚLIO DE CASTILHOS
        
Situada no lote rural nº 128 da Linha Júlio de Castilhos, já na descida do “Monte Orca” para o vale do rio do Inferno, território de Cotiporã.
Inicialmente fazendo parte da paróquia N.S. da Saúde, Monte Vêneto e hoje Paróquia de Santo Antônio Abade, Fagundes Varela. Teve sua fundação com a chegada dos imigrantes por volta de 1892-1900.
O conjunto da capela, tendo localização privilegiada, visão magnífica do vale do rio do Inferno, também chamado nos primeiros tempos de Rapina, sendo este divisa com a Capela de N.Srª. de Monte Bérico a oeste; ao norte limita-se a capela Santo Antônio do Moro; ao sul com a capela de São Caetano e ao leste parte de Santo Antônio e São Caetano.
Na comunidade ainda sobressai o cume de Monte Orca propriedade de João Marinello e filho, de onde se tem uma visão panorâmica das cidades de Veranópolis, Fagundes Varela, Cotiporã, Guaporé e Serafina Corrêa.
As primeiras famílias que se estabeleceram nesta área foram: Zardo, Peruzzo, Marinello, Gabrielli, Malacarne e também imigrantes alemães.
A instrução pública somente aparece na capela em 1964. O decreto de criação nº 1.237 de 14-04-1978 do Poder Público Municipal estabelece para a comunidade a Escola Municipal de 1º grau Incompleto João XXIII. Antes disso, porém, os filhos dos imigrantes eram incentivados a frequentarem a escola em Santo Antônio do Moro.
Pessoas nascidas nesta comunidade com mais de oitenta anos testemunham que iam à escola para aprender fazer o nome e contas (matemática). Aprender a ler não era tão importante... Em época de colher o trigo com foicinha nem pensar em ir para a escola.
Não se sabe bem por que e quando a capela de N.S. do Carmo deixou de pertencer à paróquia N.S. da Saúde de Cotiporã e passou a fazer parte da Paróquia de Santo Antônio de Abade de Fagundes Varela. 


Igreja da Capela Nossa Senhora do Carmo
Salão da Capela Nossa Senhora do Carmo  
Integrantes do grupo em frente à Igreja
Fonte: livro ainda não publicado, “Cotiporã e sua história”, de autoria do Professor Ambrósio Giacomini e Dalmo Scussel.